O objetivo do projeto da camada de pavimento é reduzir a pressão sobre a camada inferior, reduzindo assim a carga exigida na primeira camada, de forma que o leito só aceite parte da demanda. O pavimento pode ser definido como as seguintes camadas:

1. Revestimento
2. Base
3. Subbase
4. Reforço de Subleito
5. Subleito

Camada de ligação: como o nome sugere, essa camada tem a função de ligar o revestimento asfáltico com a base.

Os espargidores de asfalto são os equipamentos responsáveis por imprimar a pista em construção. É este equipamento que, nas operações de pavimentação, realiza a aspersão de emulsão sobre a base das vias asfaltadas.

1 – Definição

Os espargidores possuem a finalidade de aplicar um material asfáltico em forma de película sobre a superfície de um aterro ou um material não tratado (sub-base ou brita) ou sobre base granular não tratado (pedra compactada ou cascalho triturado).

2 – Funções

Esta aplicação pode exercer uma ou mais das seguintes finalidades:

  • Superfície impermeabilizada
  • Fechar espaços capilares 
  • Colar na superfície as partículas soltas
  • Endurecer a superfície
  • Facilitar a manutenção
  • Promover a adesão entre a superfície na qual será colocado a primeira camada de asfalto 

De todas estas funções, em uma operação continua de pavimentação, a mais importante é promover a aderência  entre as camadas asfálticas.

3 – Capacidade Estrutural

A aplicação dos produtos com os espargidores, em nenhum caso,  possuem suporte estrutural nas camadas do pavimento.

4 – Tipo e quantidade de material a ser aplicado

O tipo e a quantidade de material de asfalto a ser aplicado depende, principalmente, a textura e porosidade do material sobre o qual será aplicado.

As especificações indicam uma quantidade que varia entre 0,90 e 2,7 l / m².

Logicamente as superfícies mais densas e fechadas precisam de menos aplicação uma vez que irá absorver menos quantidade que as superfícies rugosas e abertas.

5 – Manutenção e abertura para o tráfego

A área imprimada poderá ser fechada ao tráfego entre 24 e 48 horas para o betume possa penetrar e endurecer a superfície.

O material betuminoso em excesso pode formar poças que deverá removido com vassouras mecânicas ou manual.

A área imprimada deve ser limpa com ar comprimido. Se o tempo estiver frio ou o material não tenha penetrado completamente a superfície da base, um período mais longo pode ser necessário.

Qualquer excesso de material betuminoso remanescente na superfície após esse período deve ser removido utilizando-se um material que absorva, antes da liberação do tráfego.

Deve-se conservar a área que foi imprimada até que seja colocada a outra camada. O trabalho de conservação deve incluir algum material para evitar a adesão da camada nos pneus dos carros para não romper a superfície do ligante asfáltico.

Em outras palavras, qualquer área de superfície preparado, se forem danificados pelo tráfego de veículos ou de outra forma, deve ser reparado antes que a camada superficial seja colocada. 

6 – Condições meteorológicas

Não é possível utilizar o espargidor para aplicar a emulsão em dias chuvosos.

7 – Fatores que afetam a aplicação uniforme

  • Temperatura de Aspersão do Asfalto
  • Pressão do liquido ao longo da barra de aspersão
  • Ângulo dos bicos da barra espargidora 
  • Altura dos furos dos bicos na superfície aplicada
  • Velocidade do caminhão espargidor

7.1 – Temperatura de Aspersão do Asfalto

Os distribuidores de asfalto possuem tanques protegidos para manter a temperatura do material e estão equipadas com maçaricos para alcançar ou manter a temperatura de aplicação adequada.

7.2 – Pressão do liquido ao longo da barra espargidora

Para manter a pressão contínua e constante ao longo do comprimento da barra de aspersão são utilizados bombas de descarga variáveis.

7.3 – Ângulo dos bicos da barra espargidora

O ângulo de aspersão dos furos dos bicos devem ser adequadamente estabelecida, geralmente entre 15º e 30º em relação ao eixo horizontal da barra espargidora de modo a que os fluxos individuais não interfiram uns com os outros na aplicação.

7.4 – Altura dos furos dos bicos na superfície aplicada

A altura dos orifícios na superfície determina a largura de um fluxo individual. Para assegurar a sobreposição correta de cada saída, a altura do furo deve ser estabelecida e mantida durante toda a operação.

7.5 – Velocidade do caminhão espargidor

O veículo deve ser dotado de um velocímetro visível para o condutor para garantir a velocidade constante, permitindo uma aplicação uniforme do ligante nos espargidores mecânicos e hidrostáticos.

Existe uma relação entre a taxa de aplicação e a velocidade do espargidor. 

Facilitada na opção do espargidor hidrostático eletrônico como por exemplo: tanque dual de capacidade variada, a quinta roda + tacômetro, controle interno e externo de operações e barra pneumática.

8 – Cuidados na operação dos espargidores

Quando o assunto é espargidor de asfalto, a boa relação de custo e benefício pode ser influenciada por diversos fatores. Entre eles está a temperatura do material, mantida por maçaricos que agem diretamente no tanque de armazenamento.

Algumas construtoras costumam carregar os espargidores com material frio no canteiro de obras e esperar até que os maçaricos aqueçam toda a massa, algo que pode demorar horas e não é nada indicado.

O ideal é carregar o espargidor quando o material já estiver na temperatura exigida na obra pois os maçaricos devem ajudar somente a manter esse calor, além de elevar a qualidade da emulsão, essa prática é mais produtiva, uma vez que não exige que os materiais sejam aquecidos pelo espargidor por um longo período de tempo.

Os maçaricos são componentes perigosos, principalmente no caso de barras ou canetas espargidoras manuais, nos quais o operador fica muito próximo aos conjuntos. Por isso, o maçarico só deve ser acionado após a parada total do caminhão. Também é preciso verificar se o registro geral do combustível está na posição correta, além de sempre trabalhar com o equipamento limpo, principalmente perto dos maçaricos.

9 – Rotina de manutenção exige atenção à limpeza do circuito

A limpeza da barra e dos bicos espargidores é uma das ações de manutenção mais importantes para o bom funcionamento dos equipamentos.

Os modelos mais modernos já vêm com pré-filtro de bomba de engrenagem, ou seja, se uma partícula de betume passa pela primeira peneira do tanque, ela é submetida a uma segunda filtragem.

É importante que, ao final de cada turno, o operador faça a limpeza do circuito a tubulação e a barra com os bicos espargidores – com o uso de óleo diesel, único solvente eficaz para asfalto (circuito fechado de limpeza).

Os equipamentos possuem um sistema de pressurização do tanque diesel para lavagem do conjunto com alta pressão.

 

Autor

Engenheiro Civil, Tecnólogo Civil, Pós Graduado em Marketing e estudante de Engenharia de Computação. Palestrante, professor e com atuação na área técnico-comercial e vivência internacional em empresas nacionais e multinacionais.
Para outras informações: ✆ +55 11 98148-3231 ✉ latam@ldaequipamentos.com.br – Engº Paulo Rogério Veiga Silva

Fonte: A importância dos Espargidores de Asfalto nas Rodovias

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário